Amarildo foi torturado por PMs, diz inquérito
00:18 | 03 de October
UPP da Rocinha foi último local em que Amarildo foi visto / Tânia Rêgo/ABr
Dez policiais, incluindo o comandante da unidade, foram responsabilizados pelo crime após divulgação do inquérito.
Entre os indiciados está o ex-comandante da UPP, major Edson Santos.
O MP (Ministério Público) deve enviar a denúncia à Justiça até a próxima sexta-feira.
Segundo as investigações, os policiais queriam tirar informações do ajudante de pedreiro sobre os pontos de vendas de drogas dentro da favela.
O inquérito divulgado nesta quarta-feira tem cerca de duas mil páginas. Se condenados, os PMs podem pegar até 30 anos de prisão.
O advogado da família de Amarildo, João Tancredo, disse que, ao tomar conhecimento da conclusão do inquérito, ligou para Bete, mulher de Amarildo, e declarou que não esperava resultado diferente. Segundo ele, Amarildo foi levado para a sede da UPP, onde foi torturado e morto. "Os policiais que prenderam Amarildo disseram que depois de ouvi-lo o liberam para ir para casa na noite de 14 de julho. Inclusive, o major Edson disse que cumprimentou Amarildo e entregou os documentos a ele".
O advogado João Tancredo explicou que se Amarildo tivesse ido para casa, pelo caminho apontado pelos militares, que leva à localidade conhecida como Dioneia, a câmera instalada 10 metros à frente teria registrado a presença do ajudante de pedreiro descendo as escadarias em direção à casa onde morava, e, de acordo com o advogado, não há imagens da vítima deixando a UPP. "Outras duas câmeras de segurança estavam desligadas ou queimadas, mas essa de acesso à Dioneia e a outra instalada no portão vermelho estavam funcionando e não mostram Amarildo deixando a unidade", disse. (Band.com.br)